O Universo Criativo já pode ser considerado um reflexo de meu paradeiro. Há 10 dias, ao contrário do que ocorreu nos meses anteriores, não posto textos ou sequer um vídeo por aqui. Não creio, entretanto, que tal ausência possa ser justificada pelas restrições de tempo, mas, sim, por minhas prioridades.
Vale, aqui, refletir justamente sobre prioridades.
À medida que o indivíduo trabalha de modo altamente dedicado, há evidências de que seu cérebro suspende pensamentos críticos acerca das verdadeiras funções das tarefas realizadas. Para ele, ao invés de meio, o trabalho passa a ser encarado como o próprio fim e (1) viver passa a ser sinônimo de trabalhar ou (2) a vida se desenrola em função do trabalho. Nesse contexto, outras prioridades como a família e a qualidade de vida são postas em posições inferiores. Aqui não estou para desvalorizar o trabalho, mas para defender o equilíbrio.
Estudos como este apresentado pelo The New York Times submetem à comunidade informações preciosas sobre prioridades e concluem: (talvez pela acirrada competição ou por pura necessidade) o ser humano prioriza o trabalho de maneira excessiva. O gráfico interativo demonstra, por exemplo, que em nenhum momento do dia há porcentagem significativa de pessoas engajadas em atividades familiares ou religiosas e, pior, há instantes em que há quase ninguém está praticando tais atividades. Demonstra, em contrapartida, que há momentos do dia em que metade dos seres humanos entre 24 e 65 anos está trabalhando e também que horários alternativos passaram a não abrigar atividades relacionadas à família, mas principalmente ao trabalho, à televisão e ao acesso às redes virtuais.
Vale?
Vale, sim, refazer as contas e reclassificar as prioridades.
O preço que se paga para acumular o que se ganha ao fim do mês é comumente alto: há muito trabalho e pouca valorização do ser humano. A justificativa, por sua vez, é fraca: alegar falta de tempo é conversa para boi dormir.