Este post não visa trazer à luz uma nova discussão sobre Carlos Eugênio Simon, árbitro que errou durante um dos jogos do Palmeiras no campeonato brasileiro de futebol e anda sendo vítima de retaliações por conta disso. Este post tem, sim, o simples e importante intuito de prestar homenagem a um grupo distinto de alunos que durante todo este semestre letivo me fez repensar sobre educação, respeito, comprometimento, sobre a relação entre os alunos e o professor e, além, sobre como passar a fazer parte da vida de um indivíduo.
A Escola Superior Paulista de Administração, onde leciono, iniciou suas atividades em 2006. Na ocasião, recebeu as primeiras matrículas e construiu sua primeira turma que, hoje, é formada por Abner, Alessandra, Aninha, Ariane, Barbara Lee, Bruno Patti, Camila, Clayton, Debora, Erica Loose, Erika Novaes, Everton, Fabinho, Fabrício, Felipe Gustavo, Leon, Flavinha, Albergoni, Gaspar, Jucelene, Maria Angelica, Marianna, Maricelia, Monique, Zandoná, Zorro, Paloma, Chaves, Renata Aparecida, Canossa, Eckert, Santaguida, Simone, Thallyta, Thiago Amauri, Tiago Henrique, Vanesa, Vinicius, Cremonesi e Wilson Felipe.
Hoje, meses depois do primeiro contato, não tenho dúvidas de que esta talvez tenha sido a melhor (ou uma das melhores) dentre todas as turmas com as quais já trabalhei. Ovelhas negras, esses alunos vivenciaram as mais diversas experiências, desde trabalhos apresentados em auditório e stands até guerras de indisciplina. São, em todos os sentidos, pioneiros.
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Quando adolescente, minutos depois de ser convidado a sair da sala por indisciplina, ouvi da diretora que alunos indisciplinados, justamente por serem indisciplinados, são mais propensos a alcançar melhores postos. Isso porque, segundo ela, o status quo do mercado de trabalho é geralmente quebrado pelo tipo indisciplinado de aluno (e não pelo correto, que geralmente é avesso às quebras). A indisciplina, pense bem, é inversamente proporcional à atenção. Sendo assim, muito embora não haja evidência científica de que essa afirmação seja universalmente aceitável, concordo em alguns aspectos com ela. Quando atentos, alunos indisciplinados têm uma tendência natural a indagar de modo mais crítico. Quando atentos, alunos indisciplinados vão além. Detalhe: quando atentos.
O problema: os alunos pioneiros em questão não são atentos. Muito pelo contrário, bagunçam ‘pra caramba! São alunos indisciplinados.
Por que, então, homenagear um grupo indisciplinado?
Porque foi este o grupo indisciplinado que durante todo este semestre letivo me fez repensar sobre educação, respeito, comprometimento, sobre a relação entre os alunos e o professor e, além, sobre como passar a fazer parte da vida de um indivíduo.
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Obrigado pelas dicas, Carlos Eugênio Simon.
Para disciplina, bastou um apito.