O verbo detestar não me agrada, mas comumente detesto as frases postas no MSN, aquelas que acompanham o nickname. Há alguns dias, no entanto, foi diferente. Deparei-me com Life is a magic box e, de modo surpreendente, não a abominei. Na verdade, além de não me enfurecer com a frase, estive a pensar sobre seu significado: a vida é uma caixa mágica. Ora, vejam só!
Ainda que malfeitas e perceptíveis, do tipo que saltam às vistas dos espectadores, eu adoro mágicas! Instigantes e originais, elas têm brilho e encanto. E brilho, eu garanto, não é habitual, tampouco o encanto. Assim, longe de ser simplesmente a maleta que o mágico leva aos shows com suas traquinices, pombas, baralhos, coelhos e varinhas de condão, a caixa mágica em questão é aquela que, quando aberta, expira brilho e encanto; aquela que faz soar um típico som cintilante e desperta, em quem vê, a curiosidade de descobrir o que se esconde por trás ou o desejo de enxergar tudo aquilo sob outro ponto de vista. Há, portanto, uma condição: a vida só será uma caixa mágica quando expirar brilho, encanto e também despertar em seu hospedeiro toda essa curiosidade de mudar, viver o novo e enxergar, diariamente, o mundo sob outras óticas. Muito embora seja rara, esse tipo existe aos montes.
Vive como uma caixa mágica a vida que possibilita a alteração do status quo, preza pela liberdade e promove o esforço na direção da realização de sonhos. Vive como uma caixa mágica a vida que ilumina, que encanta e promove mudanças… e o resto é balela! Así, a mágica – ainda que malfeita e perceptível – de transformar a vida numa caixinha mágica é, por si, a melhor das mágicas. La vie est une boîte magique.