Charles Darwin tinha um barquinho chamado Beagle. Durante quase 5 anos, entre 1831 e 1836, foi viajando nesse barco que Darwin relatou as memórias do período em que estudou diversas regiões do mundo sob os aspectos biológicos, geológicos e antropológicos, desde a América do Sul até a Austrália. Também, foram os estudos realizados no Beagle que inspiraram o cientista a propor a Teoria da Seleção Natural, que, dentre outras, sugere que “os indivíduos que sobrevivem e geram decendentes são selecionados e adaptados ao meio devido às relações com os de sua espécie e também ao ambiente onde vivem”. Em suma, o estudo diz que para evoluir é necessário saber se adaptar.
Quase 180 anos nos separam do dia em que o Beagle zarpou da Inglaterra, mas as idéias trazidas pela expedição – e popularizadas por Richard Hofstadter sob o termo “Darwinismo Social” – continuam bastante atuais. Hoje, é evidente que sobrevivem e prosperam aqueles que sabem bem se relacionar com outros seres humanos e o ambiente. Por outro lado, indivíduos que enfrentam dificuldades nos relacionamentos e não conseguem se adaptar com rapidez às mudanças que os novos ambientes exigem geralmente apresentam alguns probleminhas e sofrem consequências ao longo da vida.
Estou pensando em construir um Beagle contemporâneo por conta das limitações da Seleção Natural e dos altos níveis de incapacidade do ser humano ao se adaptar nos processos de evolução. Com ele, navegaria pelo mundo tentando entender o que Darwin e Hofstadter não explicaram de forma detalhada: os motivos que nos impedem de evoluir socialmente adaptando-se às mudanças nos relacionamentos e aos novos ambientes… no amor, na família e no trabalho.