O Poder do Medo

Medo

Cheguei à humilde conclusão que o medo é a sensação que torna o ser humano menos capaz de vivenciar suas maiores potencialidades. E é justamente o medo que escraviza, o que me faz inferir que a culpa pelos insucessos na vida sempre recairá, como não poderia deixar de ser, sobre aquele que o sente.

O ser humano criativo, que busca novas oportunidades e toma iniciativas, é uma fonte de inovação interessantíssima e traz novo fôlego para a realidade que, como o próprio ser humano, precisa respirar novos ares periodicamente. Por sua vez, o ser humano criativo e medroso – e que ainda assim pensa de forma distinta – é mais fraco. Mais fraco porque se priva de ser fonte interessante de inovação e também porque, sob essa forma, vira coadjuvante dos processos que o conduzem dia após dia.

Para crescer, inovar. Para inovar, descartar o medo. E para descartar o medo, pensar na possibilidade de errar, de perder, de sair, de enfrentar, de mudar e (por que não?) de seguir por outro vislumbrante e também tortuoso caminho.

Carpe Diem

sonhos

Vi Pedro Mello pela primeira vez em seu programa de televisão. Nem tanto com o Fiz do Zero – programa que conta histórias inspiradoras de empreendedores que transformaram idéias em negócios -, mas ao assistir me surpreendi com o apresentador e sua forma diferente de lidar com o conturbado mundo dos negócios. Pedro é iluminado. Simples, sincero e transparente.

O Blog do Empreendedor, no Portal Exame, é escrito por ele. Num de seus posts, Mello se mostrou ainda mais admirável ao discutir sobre a triste relação entre felicidade e a grave doença de seu pai, que faleceu pouco tempo depois. Para Pedro, sonhos não são suficientes à medida que em situacões críticas, como a morte, podem se tornar grandes frustrações. Cita o pai, que sonhava em ganhar milhões com suas empresas “e foi embora do mesmo jeito que chegou a essa vida”. Assim, afirma, “felicidade é curtir cada momento, cada experiência, cada pessoa que cruza nossas vidas (…); felicidade é ter tempo para simplesmente fazer nada, se for esse seu desejo”.

E, num blog sobre Empreendedorismo, finaliza: “Empreender é importante. Projetos grandiosos são importantes. Sonhos são importantes. Mas viver cada dia é mais importante do que tudo isso e, muitas vezes, descobrimos tarde demais”.

Instigante, não?

Way of Life

Way of Life

Não sei o que pode acontecer comigo quando um colaborador da Microsoft ler este post, mas o único software que comprei para uso pessoal ao longo dos meus 27 anos de vida se chama Babylon, um dicionário por meio do qual o usuário tem acesso a milhões de verbetes e significados em dezenas de línguas. É praticamente uma enciclopédia gigantesca acessada por uma simples e rápida combinação de cliques.

Apesar da grandeza do Babylon, nele a palavra Equifinalidade sem a recém-falecida trema não existe, ou melhor, é indigente. E não só no Babylon; a bendita moribunda – do verbo moribundar (sic) – em outros dicionários, além de ser pouco encontrada no Google. Pra quem não sabe, Equifinalidade remete à idéia de que um estado final pode ser atingido de muitas maneiras e a partir de vários pontos de partida diferentes. Em poucas palavras, significa que para se alcançar um objetivo pontual e único, diversos são os caminhos possíveis.

Ontem entrevistei uma garota que buscava uma posição no mercado de trabalho. O cargo almejado era descrito de forma simples: Gerente de Clientes. Bastava gostar de se relacionar com pessoas, saber se comunicar e ter sensibilidade para captar informações do consumidor e certamente se tornaria aspirante favorita à vaga. Por fim, complicou-se. Além de não estar preparada para a sabatina, afirmou que gostava de Finanças em vez de Recursos Humanos, que buscava o emprego apenas por dinheiro e ainda classificou o Empreendedorismo (core business da empresa onde ela era entrevistada) como assunto que não a agradava.
Horas depois, deparei-me com um aluno que, assim como a garota, também buscava se posicionar no mercado de trabalho. Numa mesa, discutia com os amigos sobre sua rede de relacionamentos e pontuava os principais contatos com quem poderia contar. Conversaria com todos eles. Lembro-me também que no dia anterior, com um celular de última geração em mãos, ele enviava via bluetooth a quem aceitasse seu currículo em formato eletrônico.

Ambos tinham (e ainda têm) o mesmo objetivo: ocupar um espaço no concorrido mercado de trabalho. Decerto não há no Babylon algo que indique, dentre os possíveis, qual é o caminho exato a ser adotado. No mundo real, nada de Equifinalidade; com ou sem trema, é cada um à sua moda, mas infelizmente o mercado de trabalho somente para alguns.

Meu Einstein, Meu Companheiro

Meu Pai

Encontramos comumente nos museus ou livros de história aqueles sumários de página dupla em que as datas mais expressivas são ordenadas cronologicamente. Impressos em papel bonito, ali toda a história se resume e o esforço dos inesquecíveis faz sentido. Lembro-me bem da visita que certa vez fiz a uma exposição sobre Einstein no Parque do Ibirapuera. Lá, por meio de uma manifestação moderna, os dias marcantes da vida do estudioso foram organizados de tal forma que o visitante iniciava a caminhada de frente para um pôster com uma foto de infância, em família, e finalizava numa pequena praça repleta de imagens de Albert Einstein vivendo as últimas fases de sua vida em meados de 1950. Genial.

Um sumário de página dupla com a história da minha família ou uma exposição sobre meu querido Pai certamente terá 3 de Março de 2009 como data expressiva. Ontem, por conta de motivos que considero bastante simples, Odair Girarde [meu Einstein, na foto] deixou o mercado de trabalho, ovacionado, saindo pelos portões frontais. Nada de crise financeira, nada de downsizing, mas deixou o mercado de trabalho porque Deus quis assim. Foram décadas dedicadas ao serviço em benefício daqueles que com ele trabalhavam. Aposentou-se como Gerente de Recursos Humanos há mais de 5 anos e resolveu sair somente agora. Sempre trabalhou pelas pessoas. Foi Humano, acima de tudo. Um exemplo de profissional.

De certa forma todos sonhamos em deixar um legado, em escrever nosso sumário de página dupla, em completar nossa futura exposição. Todos de certa forma vislumbramos a idéia de estampar a história com bons comportamentos, com atitudes memoráveis, com algo a ser deixado para os filhos, netos e bisnetos; como a língua, costumes e tradições, por exemplo, que passam de uma a outra geração. Albert Einstein, pois bem, deixou seu legado. Odair Girarde acaba de deixar mais um.
Deus talvez, lá de cima, tenha dito: “Parabéns, meu Filho!”. E eu, aqui de baixo, lhe digo: “Parabéns, meu Pai! Seus esforços e todos os ensinamentos, por ti e por toda a nossa família, nunca serão esquecidos!”.

TE AMO!

1 ano em 30 dias

Machu Picchu

6h32 da manhã. Ainda não fui para a cama e é bastante provável que eu só a encontre no fim da noite de hoje. O ano anda tão agitado que o tempo parece voar. Já estive nas praias do litoral paulista, comemorei o aniversário de minha querida mãe, fui ao Peru (país surpreendentemente maravilhoso) e visitei Machu Picchu, uma das maravilhas do mundo moderno (foto). Além disso, mudei o planejamento estratégico da minha empresa, voltei ao Centro de Desenvolvimento do Empreendedorismo a todo vapor e também às queridas aulas na ESPA, onde trabalho com uma vontade danada. O ano anda tão agitado que a notícia de que meu aniversário, em maio, está chegando não me surpreenderia (também porque, pensando bem, está chegando mesmo). 28, beirando os 30.

Fazendo contas, fico feliz por isso: vivo 1 ano como se estivesse vivendo 10. E em 2010, mais 10.