Tenho discutido às conchas sobre gestão de pessoas. E discuto porque defendo o ponto de vista que impõe ao líder uma condição simples: priorizar o ser humano. Assim, ao invés de diretivos e voltados à produção, prefiro líderes participativos e orientados para pessoas.
Há dois dias, enquanto discutíamos – uma amiga e eu – sobre futuro acadêmico, questionei sobre os sonhos que ela tinha. Troquei, confesso, as tarefas e a construção dos cronogramas de 2010 por alguns minutos ali. A conversa, até então despretenciosa, fluiu … e ela acabou esclarecendo seus desejos e visões de futuro, muitos deles (e só ali ela percebeu) não-relacionados à sua vontade de cursar bacharelado em administração de empresas e ao trabalho que exercia naquele exato momento. Até aí, folks, situação comum; o inusitado, neste caso, não está no bate-papo.
Desde os livros de Schwartz e Robbins, minha preferência por líderes orientados para pessoas se dá porque ainda não conseguiram me convencer de que os diretivos, orientados para resultados, são mais eficientes em médio e longo prazos. A justificativa é simples: quando prioriza resultados, comumente o líder não alcança sequer suas expectativas (…) ou alcança, mas desperdiça recursos além da conta. Em contrapartida, quando prioriza pessoas, os resultados são agradáveis consequências de esforços realizados por verdadeiros colaboradores que entendem o papel do trabalho ao longo de um processo e sobretudo como parte integrante de seus sonhos e visões de futuro. Há troca.
Creio que, bem como acontece com o professor em relação aos alunos, ao verdadeiro líder atribui-se necessariamente a tarefa de conhecer não somente feição e nome, mas os sonhos de cada funcionário. Há dois dias, enquanto conversávamos a amiga e eu, vivenciei novamente esse insight. Há dois dias estou certo de que priorizar o ser humano distingue os verdadeiros líderes e suas empresas de outras nas quais as pessoas são vistas como ferramentas de consecução de resultados. (…) Coisas de equipe.
E aí, líder? O que me diz?
😉
Cada vez mais o ser humano é priorizado…. tanto que o modelo fordismo já foi substituído em vários setores, porém infelizmente não em todos…
Olá Willian , vou colocar minhas observações para você sobre seu texto :
A história humana demonstra que quando se tem como prioriadade os “diretivos orientados para resultados” são mais eficazes a longo e médio prazo, veja por exemplo a situação social do trabalhador no inicio do século 19 quando comparada a de hoje .
A relação de troca que você menciona em suas observações está ao meu entender repleta de segundas intenções : Escuto seus sonhos e em TROCA você ajuda nos sonhos da empresa .
Penso sempre no caminho do meio preconizado por Gautama como forma para alçançar a sustentabilidade entre o capital e o trabalho .
Valmir,
Concordo com sua posição.
É certo que contingências definem qual será o melhor estilo de liderança, mas não descarto o que Chestar Irving Barnard também dizia, na época em que o homem passou a ser visto como ser social, sobre a relação entre capital e trabalho.
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