Não sei o que pode acontecer comigo quando um colaborador da Microsoft ler este post, mas o único software que comprei para uso pessoal ao longo dos meus 27 anos de vida se chama Babylon, um dicionário por meio do qual o usuário tem acesso a milhões de verbetes e significados em dezenas de línguas. É praticamente uma enciclopédia gigantesca acessada por uma simples e rápida combinação de cliques.
Apesar da grandeza do Babylon, nele a palavra Equifinalidade sem a recém-falecida trema não existe, ou melhor, é indigente. E não só no Babylon; a bendita moribunda – do verbo moribundar (sic) – em outros dicionários, além de ser pouco encontrada no Google. Pra quem não sabe, Equifinalidade remete à idéia de que um estado final pode ser atingido de muitas maneiras e a partir de vários pontos de partida diferentes. Em poucas palavras, significa que para se alcançar um objetivo pontual e único, diversos são os caminhos possíveis.
Ontem entrevistei uma garota que buscava uma posição no mercado de trabalho. O cargo almejado era descrito de forma simples: Gerente de Clientes. Bastava gostar de se relacionar com pessoas, saber se comunicar e ter sensibilidade para captar informações do consumidor e certamente se tornaria aspirante favorita à vaga. Por fim, complicou-se. Além de não estar preparada para a sabatina, afirmou que gostava de Finanças em vez de Recursos Humanos, que buscava o emprego apenas por dinheiro e ainda classificou o Empreendedorismo (core business da empresa onde ela era entrevistada) como assunto que não a agradava.
Horas depois, deparei-me com um aluno que, assim como a garota, também buscava se posicionar no mercado de trabalho. Numa mesa, discutia com os amigos sobre sua rede de relacionamentos e pontuava os principais contatos com quem poderia contar. Conversaria com todos eles. Lembro-me também que no dia anterior, com um celular de última geração em mãos, ele enviava via bluetooth a quem aceitasse seu currículo em formato eletrônico.
Ambos tinham (e ainda têm) o mesmo objetivo: ocupar um espaço no concorrido mercado de trabalho. Decerto não há no Babylon algo que indique, dentre os possíveis, qual é o caminho exato a ser adotado. No mundo real, nada de Equifinalidade; com ou sem trema, é cada um à sua moda, mas infelizmente o mercado de trabalho somente para alguns.