Limpeza pesada para homens

12072009

Apesar de ser fã das lutas do UFC (e talvez seja porque, confesso, sou fã da época em que os gladiadores enfrentavam tigres em monumentos como o Coliseu), não gosto muito de corridas automobilísticas. E não gosto porque a morte de Aytron Senna, além do próprio, levou embora a graça e a competitividade que essas corridas tinham; afinal, quem não se lembra das manhãs de domingo, quando acordávamos para ouvir a bendita trilha da vitória?

No Brasil, menos ainda depois de 1994, a Fórmula Indy não faz sucesso. Prova disso é que, há pouco, a transmissão do ‘grande prêmio de uma cidade no Canadá’ foi interrompida porque Ronaldo (Ronaldo!) entrou em campo contra o Grêmio de Porto Alegre. Aliás, a Fórmula Indy não fez sucesso no Brasil porque a Globo não comprou a ideia. Passa na Band.

Hoje pela manhã, por exemplo, Galvão Bueno choramingava a primeira vitória da carreira de Mark Webber na Fórmula 1. Felipe Massa, brasileiro, ficou em terceiro. Boa audiência. Na Indy, vários pilotos são brasileiros e, sobretudo, favoritos, mas a Globo não transmite. Audiência pífia. Hélio Castro Neves e Tony Kanaam, coitados, quem são eles por aqui? O mesmo acontece com os lutadores do UFC (ver Lyoto Machida e Anderson Silva) e muitos outros (ver Sérgio Mendes, Vik Muniz, Anderson Varejão e Paulo Coelho), que são muito mais valorizados fora do Brasil.

Mas o Brasil não valoriza seus típicos artistas (ver Ivete Sangalo, Xuxa, Juliana Paes e Didi Mocó) à toa. A Globo tem tino comercial. Outro dia, passeando pela internet, vi a notícia sobre os milhões de dólares arrecadados pela emissora com a venda de novelas para centenas de países ao redor do mundo. Tem novela brasileira dublada na Rússia, pode? Skavurska! A Globo não descarta que grande fatia da sociedade brasileira é machista, fugaz e acéfala em relação aos meios de comunicação.

Já a Bandeirantes, no momento em que eu almoçava os restos da deliciosa pizza feita por minha namorada na noite de ontem e a Globo transmitia o Programa do Didi, tinha a Fórmula Indy em sua programação. Entre um pitstop e outro, Théo José parava de narrar e o diretor, com os carros ainda na tela, inseria a propaganda de um produto de limpeza pesada com alvejante. A Bandeirantes (ao menos nas transmissões da Fórmula Indy) não tem tino comercial.

Campanha contra o preciosismo

No primeiro semestre da minha primeira faculdade, tive um professor chamado Mazziero. Jovem, magro e com cabelos já grisalhos, ele dava aula de Língua Portuguesa para fins específicos. Era muito bom e, exceto pelo “preciosismo” — que até hoje me atrapalha –, foi Mazziero que me ensinou a lidar com todas as figuras de linguagem.

De lá pra cá eu escrevi o suficiente para encher alguns livros, mas ainda vejo que meus textos não são objetivos; são “preciosos” demais.

Depois de repensar sobre uma conversa que tive ontem, resolvi criar o manifesto antipreciosismo do qual decerto serei vítima. A ideia é simplificar, escrever de forma minimalista e tirar do texto quaisquer informações irrelevantes.

Ok, Mazziero, mudarei o estilo.

Life is a magic box

O verbo detestar não me agrada, mas comumente detesto as frases postas no MSN, aquelas que acompanham o nickname. Há alguns dias, no entanto, foi diferente. Deparei-me com Life is a magic box e, de modo surpreendente, não a abominei. Na verdade, além de não me enfurecer com a frase, estive a pensar sobre seu significado: a vida é uma caixa mágica. Ora, vejam só!
Ainda que malfeitas e perceptíveis, do tipo que saltam às vistas dos espectadores, eu adoro mágicas! Instigantes e originais, elas têm brilho e encanto. E brilho, eu garanto, não é habitual, tampouco o encanto. Assim, longe de ser simplesmente a maleta que o mágico leva aos shows com suas traquinices, pombas, baralhos, coelhos e varinhas de condão, a caixa mágica em questão é aquela que, quando aberta, expira brilho e encanto; aquela que faz soar um típico som cintilante e desperta, em quem vê, a curiosidade de descobrir o que se esconde por trás ou o desejo de enxergar tudo aquilo sob outro ponto de vista. Há, portanto, uma condição: a vida só será uma caixa mágica quando expirar brilho, encanto e também despertar em seu hospedeiro toda essa curiosidade de mudar, viver o novo e enxergar, diariamente, o mundo sob outras óticas. Muito embora seja rara, esse tipo existe aos montes.
Vive como uma caixa mágica a vida que possibilita a alteração do status quo, preza pela liberdade e promove o esforço na direção da realização de sonhos. Vive como uma caixa mágica a vida que ilumina, que encanta e promove mudanças… e o resto é balela! Así, a mágica – ainda que malfeita e perceptível – de transformar a vida numa caixinha mágica é, por si, a melhor das mágicas. La vie est une boîte magique.

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O verbo detestar não me agrada, mas comumente detesto as frases postas no MSN, aquelas que acompanham o nickname. Há alguns dias, no entanto, foi diferente. Deparei-me com Life is a magic box e, de modo surpreendente, não a abominei. Na verdade, além de não me enfurecer com a frase, estive a pensar sobre seu significado: a vida é uma caixa mágica. Ora, vejam só!

Ainda que malfeitas e perceptíveis, do tipo que saltam às vistas dos espectadores, eu adoro mágicas! Instigantes e originais, elas têm brilho e encanto. E brilho, eu garanto, não é habitual, tampouco o encanto. Assim, longe de ser simplesmente a maleta que o mágico leva aos shows com suas traquinices, pombas, baralhos, coelhos e varinhas de condão, a caixa mágica em questão é aquela que, quando aberta, expira brilho e encanto; aquela que faz soar um típico som cintilante e desperta, em quem vê, a curiosidade de descobrir o que se esconde por trás ou o desejo de enxergar tudo aquilo sob outro ponto de vista. Há, portanto, uma condição: a vida só será uma caixa mágica quando expirar brilho, encanto e também despertar em seu hospedeiro toda essa curiosidade de mudar, viver o novo e enxergar, diariamente, o mundo sob outras óticas. Muito embora seja rara, esse tipo existe aos montes.

Vive como uma caixa mágica a vida que possibilita a alteração do status quo, preza pela liberdade e promove o esforço na direção da realização de sonhos. Vive como uma caixa mágica a vida que ilumina, que encanta e promove mudanças… e o resto é balela! Así, a mágica – ainda que malfeita e perceptível – de transformar a vida numa caixinha mágica é, por si, a melhor das mágicas. La vie est une boîte magique.

O Barquinho Beagle

beagle

Charles Darwin tinha um barquinho chamado Beagle. Durante quase 5 anos, entre 1831 e 1836, foi viajando nesse barco que Darwin relatou as memórias do período em que estudou diversas regiões do mundo sob os aspectos biológicos, geológicos e antropológicos, desde a América do Sul até a Austrália. Também, foram os estudos realizados no Beagle que inspiraram o cientista a propor a Teoria da Seleção Natural, que, dentre outras, sugere que “os indivíduos que sobrevivem e geram decendentes são selecionados e adaptados ao meio devido às relações com os de sua espécie e também ao ambiente onde vivem”. Em suma, o estudo diz que para evoluir é necessário saber se adaptar.

Quase 180 anos nos separam do dia em que o Beagle zarpou da Inglaterra, mas as idéias trazidas pela expedição – e popularizadas por Richard Hofstadter sob o termo “Darwinismo Social” – continuam bastante atuais. Hoje, é evidente que sobrevivem e prosperam aqueles que sabem bem se relacionar com outros seres humanos e o ambiente. Por outro lado, indivíduos que enfrentam dificuldades nos relacionamentos e não conseguem se adaptar com rapidez às mudanças que os novos ambientes exigem geralmente apresentam alguns probleminhas e sofrem consequências ao longo da vida.

Estou pensando em construir um Beagle contemporâneo por conta das limitações da Seleção Natural e dos altos níveis de incapacidade do ser humano ao se adaptar nos processos de evolução. Com ele, navegaria pelo mundo tentando entender o que Darwin e Hofstadter não explicaram de forma detalhada: os motivos que nos impedem de evoluir socialmente adaptando-se às mudanças nos relacionamentos e aos novos ambientes… no amor, na família e no trabalho.

A farra dos ratos

Li um trecho de um post na BizRevolution que é, no mínimo, intrigante. Nele, a narração de uma experiência feita com ratos nos faz refletir sobre assuntos relacionados à evolução, ao crescimento individual e, por consequência, também à possibilidade de trabalhar pelos outros de modo mais inteligente:

“Houve certa vez uma experiência feita com ratos onde os cientistas tentavam descobrir como os ratos desenvolvem dendritos no cérebro. Os cientistas queriam descobrir quais são as condições que realmente fazem o cérebro crescer. Então eles colocaram um rato em uma jaula e deram a ele tudo que ele queria: comida, água, tudo, absolutamente tudo. Eles colocaram então outro rato em outra jaula, e ele também tinha tudo, mas tinha que manter todos os dias uma esteira girando. E então eles colocaram um terceiro rato em uma terceira jaula, e duas vezes por semana tiravam o rato de dentro da jaula e jogavam o bichinho dentro de um labirinto, mas não um labirinto qualquer, um labirinto que ameaçava a sua vida. Entre outras coisas, ele era obrigado a subir em um poste, e pular dentro de uma bacia de água a vários metros de altura, o suficiente para deixar qualquer pequeno ratinho apavorado até a alma. Terminada as semanas de experiência, eles picotaram os cérebros dos ratinhos para checar qual ratinho tinha desenvolvido um maior número de dentritos no cérebro. O rato que tinha tudo, não desenvolveu nenhum mísero dendrito. O rato que tinha tudo mas tinha que trabalhar todos os dias desenvolveu alguns dendritos mas não os conectou a nada. E o rato que tinha que sobreviver, desenvolveu centenas de dendritos e conectou todos”.

Você é qual tipo de ratinho?