Apesar de ser fã das lutas do UFC (e talvez seja porque, confesso, sou fã da época em que os gladiadores enfrentavam tigres em monumentos como o Coliseu), não gosto muito de corridas automobilísticas. E não gosto porque a morte de Aytron Senna, além do próprio, levou embora a graça e a competitividade que essas corridas tinham; afinal, quem não se lembra das manhãs de domingo, quando acordávamos para ouvir a bendita trilha da vitória?
No Brasil, menos ainda depois de 1994, a Fórmula Indy não faz sucesso. Prova disso é que, há pouco, a transmissão do ‘grande prêmio de uma cidade no Canadá’ foi interrompida porque Ronaldo (Ronaldo!) entrou em campo contra o Grêmio de Porto Alegre. Aliás, a Fórmula Indy não fez sucesso no Brasil porque a Globo não comprou a ideia. Passa na Band.
Hoje pela manhã, por exemplo, Galvão Bueno choramingava a primeira vitória da carreira de Mark Webber na Fórmula 1. Felipe Massa, brasileiro, ficou em terceiro. Boa audiência. Na Indy, vários pilotos são brasileiros e, sobretudo, favoritos, mas a Globo não transmite. Audiência pífia. Hélio Castro Neves e Tony Kanaam, coitados, quem são eles por aqui? O mesmo acontece com os lutadores do UFC (ver Lyoto Machida e Anderson Silva) e muitos outros (ver Sérgio Mendes, Vik Muniz, Anderson Varejão e Paulo Coelho), que são muito mais valorizados fora do Brasil.
Mas o Brasil não valoriza seus típicos artistas (ver Ivete Sangalo, Xuxa, Juliana Paes e Didi Mocó) à toa. A Globo tem tino comercial. Outro dia, passeando pela internet, vi a notícia sobre os milhões de dólares arrecadados pela emissora com a venda de novelas para centenas de países ao redor do mundo. Tem novela brasileira dublada na Rússia, pode? Skavurska! A Globo não descarta que grande fatia da sociedade brasileira é machista, fugaz e acéfala em relação aos meios de comunicação.
Já a Bandeirantes, no momento em que eu almoçava os restos da deliciosa pizza feita por minha namorada na noite de ontem e a Globo transmitia o Programa do Didi, tinha a Fórmula Indy em sua programação. Entre um pitstop e outro, Théo José parava de narrar e o diretor, com os carros ainda na tela, inseria a propaganda de um produto de limpeza pesada com alvejante. A Bandeirantes (ao menos nas transmissões da Fórmula Indy) não tem tino comercial.