Prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte nos separe. Pá! Pá! Pá!
Falar de amor enjoa, enoja às vezes. Às vezes, confesso, falar de amor é como acreditar na maior, seja lá qual for, utopia dos tempos. O amor, digo o vivido hoje, em letra minúscula, enobrece o ego ao invés do matrimônio, a beleza do corpo nu ao invés da beleza da alma, a bonança eterna ao invés do eterno felizes para sempre. É um amor falso. Fake. (…) Falar de amor, sendo assim, é motivo para chacotas corpulentas e, ainda que saia por acaso, é geralmente voz de fora para dentro, não mais de dentro para fora. E quando felizmente é de dentro para fora, reitero, vira motivo de chacota. Então, triste, o antes-crente passa a afogar a humilhação do tentar amar inebriando-se em festas do beija-beija, no te amo a preço de banana, em traição da própria consciência e nos infundados discursos — e somente discursos — de boa família e amor eterno, na saúde ou na doença. Mentira. Excetos em raros casos, hoje só o amor da arara é assim. (…) E todo esse vazio do existir nos faz esquecer que, ainda que falássemos as línguas de homens e anjos, tivéssemos toda a fé e o dom da profecia, que conhecêssemos todos os mistérios e toda a ciência, sem o Amor nada seríamos. Nada somos. Faz-nos esquecer também que, ainda que distribuíssemos toda nossa fortuna para sustento dos pobres e entregássemos nossos corpos para uma churrascada de canibais, sem o verdadeiro Amor, nadinha. (…) E quer saber? O Amor verdadeiro é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. (…) Somos nós, minha gente, que deixamos de viver o verdadeiro.
Eu acredito no Amor.